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Crédito ao comércio tem baixa de 0,7% em novembro

26/12/2016

O Banco Central (BC) informou nesta sexta-feira (23/12) que houve variação de outubro para novembro do estoque de crédito nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. \nO crédito total ficou estável, em R$ 1,554 trilhão. A agropecuária avançou 0,8%, a indústria teve baixa de 0,1% e os serviços cederam 0,2%. \nNo crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o avanço foi de 4,8%.\nO crédito para o setor de serviços ficou em R$ 735,803 bilhões em novembro. \nDentro desse setor, o comércio apresentou baixa de 0,7% (R$ 267,132 bilhões) no mês passado. Em transporte, cedeu 2%, para R$ 146,402 bilhões. \nNa administração pública, houve alta de 2,6%, para R$ 127,960 bilhões. A categoria \"outros\" ficou estável em R$ 194,307 bilhões.\nPara a indústria, o crédito recuou na margem, para R$ 760,266 bilhões. Na construção, houve alta de 3,6% no mês passado, para R$ 106,089 bilhões. \nA indústria de transformação ficou estável em R$ 420,629 bilhões. Já nos serviços industriais de utilidade pública (SIUP) houve recuo de 0,5% no mês passado, para R$ 201,764 bilhões. No caso da extrativa, houve uma queda de 9% em novembro, para R$ 31,784 bilhões.\nPara o setor agropecuário, o aumento foi de 0,8% em novembro ante outubro, para R$ 23,817 bilhões.\nQUEDA FOI MAIOR PARA AS EMPRESAS\nOs dados sobre o mercado de crédito do BC mostram que 2016 foi um ano adverso, mas já há sinais de reação na ponta.\nFoi o que apontou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. Ele frisou que o mercado de crédito apresentou expansão em novembro, após seis meses de queda. A expansão, reconheceu Maciel, ainda é modesta e que os montantes mostram recuo em 12 meses. \"Mas há sinais de acomodação\", disse.\nNão será, porém, algo suficiente para reverter o encolhimento ocorrido ao longo do ano. Pelo contrário, o Banco Central reviu sua projeção para o comportamento do saldo total, de uma queda de 2% para uma retração mais forte, de 3%. Esse resultado, apontou ele, decorre da retração econômica.\nDentre a modalidades de crédito, o segmento mais impactado pela retração foi o das pessoas jurídicas. \"O mercado recuou puxado pela dinâmica da economia\", disse Maciel.\nHouve queda na demanda por empréstimos de capital de giro, principalmente por parte de micro e pequenas empresas. Também houve impacto da redução da concessão de crédito pelo BNDES.\nPara as famílias, houve uma ligeira expansão, bem menor do que aquelas registradas nos últimos anos. O crédito à pessoa física recuou sobretudo pela retração na compra de veículos.\n\"As pessoas pensam duas vezes, no momento adverso, em comprometer a renda futura na aquisição de bem de maior valor\", explicou. Em novembro, especificamente, o crédito à pessoa física aumentou em função das compras em cartão de crédito puxadas pelo Black Friday.\nEXPECTATIVA POSITIVA PARA 2017\nMaciel afirmou a instituição projeta que o estoque total de crédito deve crescer 2,0% no próximo ano.\nA perspectiva leva em conta uma melhora do ambiente econômico no Brasil em 2017. Na quinta-feira, 22, o BC revisou para baixo sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, de crescimento de 1,3% para avanço de 0,8%.\nAs projeções por instituições financeiras mostraram que as públicas devem registrar crescimento de 3,0% no crédito em 2017. A estimativa para as privadas é de crescimento de 1,0% no próximo ano e, para as estrangeiras, de avanço de 2%.\nJá a projeção para a relação crédito/PIB em 2017 é de 48,0%.

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