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Primeiro semestre de 2017 será decisivo para pequena indústria

26/10/2016

São Paulo - As micro e pequenas indústrias ainda enfrentarão pelo menos mais oito meses de dificuldades, apesar da melhora nos indicadores do setor. A escassez de capital de giro é o maior obstáculo para a sobrevivência dos negócios.

Na avaliação do diretor do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Julio Bacheschi, o primeiro semestre de 2017 será de "sobrevivência" para essas companhias, especialmente por conta da ausência de crédito no mercado.

"Infelizmente, essas empresas passam por uma série de dificuldades desde o aprofundamento da crise econômica. No caso da falta de crédito, o maior problema está no fato de que elas não cumprem os pré-requisitos para conseguir dinheiro no mercado e não têm a quem recorrer", avalia ele.

Para o dirigente, a necessidade está relacionada a compromissos básicos, como o pagamento de funcionários e fornecedores. "Não vejo um cenário diferente para essas empresas durante o primeiro semestre do ano que vem. Só a partir do segundo período será possível vislumbrar alguma melhora. O segredo, até lá, será como sobreviver."

O diretor de tecnologia da Iberia Embalagens, André Lorinczi Nogueira, confirma a situação de paralisia da indústria. "Não haveria como ser diferente, ainda mais no nosso caso, pois atendemos fabricantes de alimentos e bebidas. Quando eles fazem cortes, sentimos diretamente no nosso negócio", diz. Localizada em Aguaí, no interior de São Paulo, a empresa possui capacidade de produção de 10 toneladas de embalagens diversas por mês, mas está com 40% de capacidade ociosa.

"Tínhamos planos de expandir nossa atuação para outros segmentos, mas deixamos para depois por segurança. Nossa primeira preocupação é passar pelos próximos meses mantendo rentabilidade", explica Nogueira, sem especificar quando será possível voltar a investir na unidade fabril.

O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, avalia que, apesar do otimismo dos indicadores industriais, não haveria como a retomada dessas empresas ocorrer rapidamente.

"O pequeno empresário acaba enfrentando muito mais entraves no mercado, sem o mesmo poder de negociação e recuperação que as grandes empresas. Às vezes, falta capital para pagar as contas básicas. Além disso, ainda existe insegurança quanto ao cenário político nacional. Apenas após algumas definições é que as empresas poderão dar algum passo à frente", analisa.

Entre as medidas apontadas por Couri estão a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para os gastos públicos com valores corrigidos pela inflação por até 20 anos, e as reformas tributária e previdenciária.

"O problema é quanto tempo irá demorar até que tudo isso seja aprovado e tenha efeito. Até lá, o cheque especial continua sendo o mais utilizado como capital de giro, mas os juros elevados dificultam o pagamento."

Bacheschi, do Dempi, avalia o cenário de maneira semelhante. "O ambiente ainda é de insegurança e dependemos de mudanças que estão sendo discutidas, algo positivo, mas que ainda são incertas. O empresário quer certezas", define ele.

Investimentos

O período da crise econômica exigiu ponderação no planejamento do diretor da Micro Química Produtos para Laboratórios, Cláudio Hanaoka.

Apesar do ambiente de incerto e das dificuldades decorrentes da crise, o executivo tenta equilibrar os investimentos na esperança de um ambiente econômico mais favorável a partir de 2018. "Toda a indústria sentiu os efeitos da recessão, mas não podemos desacelerar, porque quando a demanda voltar precisamos estar prontos para atendê-la", calcula o diretor em entrevista ao DCI.

Seguindo esta lógica, o empresário pretende conquistar a fatia de mercado deixada pelas concorrentes que não forem capazes de acompanhar a retomada da demanda interna a partir do segundo semestre de 2017.

"Se conseguirmos chegar até lá com um caixa saudável, com certeza teremos capacidade de atender uma parte maior do mercado e recuperar eventuais perdas causadas pela crise", revela Hanaoka.

Um dos caminhos para atravessar mais um semestre de dificuldades está na negociação. "Muitos clientes fecharam as portas ou estão precisando negociar mais prazo de pagamento. Tentamos fazer isso da melhor maneira possível, mas às vezes não há como não repassar nossos custos. Vamos equilibrando", diz.

Joseph Couri, do Simpi, acrescenta que a prática tem sido recorrente diante da falta de alternativas para dar continuidade aos negócios. "Se a empresa não está gerando lucro, não adianta negociar ou buscar outras linhas de crédito além das usuais porque fica impagável. Mesmo assim, existe um esforço do empresário porque, apesar de tudo, há expectativa de um cenário melhor para a economia", analisa.

De acordo com ele, isso explica os números da pesquisa mensal realizada pelo sindicato, que registrou 92 pontos no índice de satisfação do mês de setembro (numa escala até 200), o maior desde janeiro. "O índice tem a ver com a esperança na recuperação, enquanto o cenário atual permanece sem grandes novidades", conclui.

É de olho em uma eventual melhora da economia que a diretora da Medicatriz Cosméticos, Sheila Gonçalves, vem guiando os negócios da empresa. "Sabemos que o ambiente econômico continuará difícil durante o primeiro semestre do ano que vem, mas é neste tipo de situação que a indústria precisa se reinventar para sobreviver. Este é nosso foco", conta.

Entre as estratégias da executiva para 2017 estão o lançamento de uma linha de dermocosméticos para o público masculino. "Temos know-how naquilo que fazemos, sendo capazes de inovar sem precisar fazer investimentos enormes. Seguiremos assim."

 

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